Em tempos de isolamento social e cuidados redobrados com a higiene, uma força-tarefa envolvendo professores, técnicos e discentes dos cursos de pós-graduação da Escola de Química e Alimentos (EQA) da FURG foi formada para a produção de um antisséptico a base de álcool. O produto, que teve testes realizados na segunda-feira, 23, quando pronto, vai ser distribuído para o Hospital Universitário da FURG e para as prefeituras de Rio Grande e São Lourenço do Sul, que distribuirão o antisséptico para as suas unidades básicas de saúde e para ações de assistência social. A iniciativa, fruto de trabalho voluntário, conta com o apoio da direção da EQA, de todas as pró-reitorias e da reitoria da FURG.

O professor Felipe Kessler conta que 50 pessoas estão envolvidas diretamente com o projeto e que a ação já conta com banco de reserva de voluntários que desejam participar. Sobre a fórmula, Kessler explica que o antisséptico a base de álcool é um produto recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem as mesmas características do álcool em gel 70%. “O Antisséptico consiste em produto viscoso contendo álcool, glicerina e peróxido de hidrogênio e sua metodologia de produção é a recomendada pelo guia da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, menciona o docente.

Com relação aos cuidados de prevenção contra o coronavírus, Felipe garante que todas as medidas estão sendo tomadas. “Dividimos a equipe em no máximo quatro pessoas, que estarão no laboratório em turno único de 6 horas. As instalações do Centro Integrado de Análises (CIA) foram adaptadas e nossos laboratórios dispõem de estrutura física que permite a não contaminação do produto”, afirma Kessler.
Para Felipe a expectativa com essa ação é ajudar a diminuir o impacto da demanda causada pelo coronavírus no sistema de saúde de Rio Grande. “Se nós conseguirmos produzir o suficiente para que atenda aos principais hospitais, estaremos juntos enfrentando toda essa crise. Acredito que todos os envolvidos no projeto querem contribuir e ao disponibilizarmos toda a estrutura da universidade e o tempo dos voluntários, ao final disso tudo sairemos melhores”, aponta Kessler.

Plano de Ação

O antisséptico a base de álcool será produzido na forma de escala, com três operadores e um coordenador de produção. Segundo os envolvidos, o espaço e o sistema se encontram em etapa de instalação e em três dias úteis já poderão ser disponibilizados os primeiros lotes do produto, feitos a partir da estrutura e insumos próprios da universidade.

A previsão é que a produção inicial seja de 120 litros por dia, podendo ser ampliada conforme a disponibilidade de insumos, podendo chegar a 480 litros por dia.

Produção

A equipe de produção do turno deve realizar a higienização do ambiente e de produtos na pré e na pós-produção. Após envasado, o antisséptico será deixado em repouso por 72 horas, período após o qual estará disponível para distribuição.

 

Créditos: Fernanda Cabral